O Estado
de Minas Gerais vive mais um
capítulo de totalitarismo e desrespeito
aos trabalhadores em educação
O Sindicato
Único dos Trabalhadores e trabalhadoras
em educação de Minas Gerais -
Sind-UTE/MG - tem eleições gerais
previstas para novembro de 2012. É um
processo que envolve as 82 subsedes
espalhadas por todo o estado. A
categoria elege a direção estadual da
entidade, as direções das subsedes e
representantes para o Conselho Geral.
Cerca de 79 mil profissionais estão
aptos a votarem. Os prazos eleitorais,
como em qualquer entidade, são
estabelecidos pelo estatuto. A novidade
nestas eleições é protagonizada pela
vergonhosa atuação do governo, através
da Secretaria de Estado de Educação.
É de
conhecimento público que o setor
sindical do PSDB tem atuado em eleições
de sindicatos. A primeira tentativa foi
interferir no processo eleitoral do
Sind-UTE/MG com inscrição de chapa. Como
não conseguiu, tentou desmoralizar e
desqualificar a atual direção do
Sindicato, de modo a deixá-la
desacreditada diante da categoria. Como
também não teve êxito e viu que houve
unidade da categoria com a construção de
chapa única para a direção estadual, a
aposta agora é tentar impedir que as
eleições ocorram, proibindo a sua
realização.
Esta proibição é
uma ação sem precedentes em Minas
Gerais. Em toda a história de
organização dos trabalhadores em
educação da rede estadual, a categoria
jamais foi impedida que, do seu local de
trabalho, pudesse escolher a direção do
seu Sindicato, até o governo Antônio
Anastasia.
Ao justificar a
proibição, a Secretária argumenta que o
período de eleições do Sindicato
coincide com o cronograma das avaliações
do PROEB (Programa de Avaliação da Rede
Pública de Educação Básica), e que este
foi divulgado primeiro.
Argumenta também
que as provas precisam ser feitas em
“ambiente de tranquilidade”. Mas o que
esta postura esconde é a incapacidade do
atual governo de lidar com uma entidade
sindical que atua de modo independente e
que coordenou, nos últimos anos, um
processo de denúncia das condições de
salário, carreira e de trabalho que
vivenciam os profissionais das escolas
estaduais. A atual Secretária não sabe
lidar com a diversidade de opiniões e
abandonou as mesas de reunião com o
Sindicato durante todo o ano de 2012. E
a opção da atual gestão é eliminar o
pensamento divergente - característica
de regimes totalitários.
O processo
eleitoral do Sind-UTE/MG não traz nenhum
tumulto e sempre ocorreu de modo
tranquilo, sem interferir no cotidiano
da escola. Por isso, o argumento de que
a eleição não manteria o ambiente
tranquilo, é irreal. A realização de
avaliações é um procedimento inerente ao
fazer pedagógico e ocorre no cotidiano
da escola. Mais uma vez percebe-se que o
argumento da Secretária é uma máscara
que oculta os reais interesses do
governo, que é enfraquecer o Sindicato
interferindo diretamente no processo de
escolha da direção.
A existência de
sindicatos é intrínseca ao Estado
Democrático de Direito. Sua organização
é protegida por tratados internacionais,
convenções da Organização Internacional
do Trabalho (OIT) e pela Constituição da
República do Brasil. Sindicato faz bem à
democracia.
Enquanto a
sociedade brasileira consolida práticas
democráticas, Minas Gerais anda na
contramão, mostrando uma face de
repressão à sociedade civil organizada.
O que de fato
tumultua o ambiente escolar é a prática
e a tentativa de controle ideológico do
governo mineiro.
Beatriz da Silva
Cerqueira
Coordenadora
Geral do Sind-UTE MG
Presidenta
da CUT Minas
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